A claudicação da anca na criança merece um lugar especial e deve ser considerada como uma verdadeira emergência e não se deve perder muito tempo a diagnosticá-la, pois está em causa o prognóstico funcional.
A criança sofre pouco e isso pode levar a um atraso diagnóstico, mas manca ou pode até queixar-se do joelho e é importante não falar de tendinopatia nele, embora a sintomatologia seja por vezes pseudo-tendínea; tendinopatias não existem+++ em crianças e o teste de tendão é inútil.
A abordagem clínica será, portanto, relacionar esta claudicação ou qualquer outra sintomatologia à articulação coxofemoral estudando a mobilidade passiva++ que irá evidenciar uma anca patológica, da forma mais simples possível analisando as rotações que se procuram joelho esticado no plano da cama ou mesa de exame e que são absolutamente atraumáticos.
A observação de uma assimetria rotacional de um quadril em relação ao outro deve levar imediatamente o clínico a recorrer a um colega ortopedista especialista em crianças que será responsável pela escolha do exame de imagem.
O diagnóstico de certeza virá de fato da imagem radiológica padrão: pelve de frente, bem como uma radiografia de perfil cirúrgico (incidência de Laüenstein) +++ que visualiza claramente a cabeça femoral quando deformada ou de imagens mais sofisticadas (scanner), à esquerda a critério do cirurgião.
CAUSAS DAS ARTICULAÇÕES DO QUADRO EM CRIANÇAS POR IDADE1/ entre 3 e 8 anos, resfriado benigno do quadril de origem viral e evolução favorável em poucas semanas.
2/ entre 4 e 10 anos, a coxa plana de Leggs, Perthes e Clavé; é uma osteocondrite juvenil deformante com necrose do núcleo cefálico que se achata e de longa evolução ao longo de 3 ou 4 anos.
2/ entre 4 e 10 anos, a coxa plana de Leggs, Perthes e Clavé; é uma osteocondrite juvenil deformante com necrose do núcleo cefálico que se achata e de longa evolução ao longo de 3 ou 4 anos.
Esta necrose parcial da epífise femoral superior é de origem vascular da artéria circunflexa posterior que irriga a cartilagem de crescimento que separa a epífise femoral (cabeça femoral) da metáfise femoral (colo do fêmur).
3/ Por volta dos 7 ou 8 anos, osteocondrite : rara na anca (mais frequente no joelho e cotovelo); necrose cefálica e sequestro.
4/ Por volta de 13 a 15 anos e até 18 anos, epifisiólise = descolamento epifisário para trás ou Coxa Retorsa ou dentro: Coxa Vara.Definição: A epífise superior do fêmur corresponde à extremidade superior do fêmur. Em crianças e adolescentes em crescimento, essa epífise é separada do colo do fêmur e do resto do fêmur pela placa de crescimento. A epifisiólise corresponde a um descolamento da epífise que desliza para trás ou para dentro e de forma aguda repentina ou mais lenta de forma crônica insidiosa.
Informações gerais: Por volta dos 13 aos 15 e até os 18 anos, a epifisiólise afeta principalmente meninos (2,5 vezes mais meninos do que meninas) que são obesos ou magros e cresceram muito; de início súbito ou gradual e longa evolução. Papel do esporte (arremessos no atletismo, por exemplo). Em 30% dos casos, a condição é bilateral, mas raramente simultânea, atingindo o outro quadril com mais frequência do que 18 meses de intervalo.
O deslizamento geralmente é gradual; Pode ser brutal e então corresponde a um verdadeiro descolamento epifisário não traumático. É afiado e instável.
Infelizmente, o diagnóstico é frequentemente retardado (dor na dobra da virilha, claudicação que deveria alertar imediatamente qualquer médico consciencioso) devido à raridade e às formas enganosas que esta condição pode assumir (dor sentida no joelho). O exame clínico revelará na maioria das vezes uma assimetria de mobilidade, principalmente em rotação interna com o joelho estendido, apoiado no plano da mesa de exame, ou em flexão, abdução, rotação interna, joelho fletido a 90°. Radiografias do quadril (pelve frontal, perfil cirúrgico), possivelmente comparativas, mostrarão o deslizamento da cabeça femoral, seja para trás ou para dentro.
A progressão espontânea é dominada pelo deslocamento aumentado e pelo risco de ocorrência de deslizamento “agudo”, que estão associados a complicações precoces (coxite, osteonecrose, etc.) e de longo prazo (osteoartrite secundária).
O tratamento é da responsabilidade de um cirurgião ortopédico especializado (geralmente um cirurgião ortopédico pediátrico). Visa interromper a progressão do deslizamento para evitar complicações, cuja frequência aumenta com a importância do deslocamento:
- nas formas pouco deslocadas e estáveis, a fixação no local com parafuso canulado é o método de escolha e dá bons resultados na maioria dos pacientes.
- nas formas instáveis ou com grandes deslocamentos, o tratamento permanece controverso. O diagnóstico precoce continua sendo o melhor fator prognóstico nessa condição.
Para concluir
Com exceção dos resfriados do quadril em lactentes, que é uma condição benigna, a rapidez com que uma patologia articular do quadril é diagnosticada pelo médico assistente dependerá do futuro funcional dessa articulação importante para a locomoção.
Lembre-se+++:
Entre os 13 e 18 anos, qualquer adolescente atlético com claudicação no quadril com dor localizada na dobra da virilha e irradiando para o joelho e ao exame físico com o joelho flexionado: uma limitação funcional da flexão / abdução / rotação interna e joelho estendido no plano da mesa de exame +++, limitação da rotação interna, deve ser considerada como epifisiólise, com proibição formal de continuar qualquer atividade física e esportiva até que seja comprovada a imagem do oposto ( X- raios da pelve de frente, bem como uma radiografia de perfil cirúrgico: incidência de Laüenstein+++) e opinião ortopédica+++.
Entre os 13 e 18 anos, qualquer adolescente atlético com claudicação no quadril com dor localizada na dobra da virilha e irradiando para o joelho e ao exame físico com o joelho flexionado: uma limitação funcional da flexão / abdução / rotação interna e joelho estendido no plano da mesa de exame +++, limitação da rotação interna, deve ser considerada como epifisiólise, com proibição formal de continuar qualquer atividade física e esportiva até que seja comprovada a imagem do oposto ( X- raios da pelve de frente, bem como uma radiografia de perfil cirúrgico: incidência de Laüenstein+++) e opinião ortopédica+++.
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